MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Desde 2008, "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/zefiro-nova-aguia
Outras obras promovidas pelo MIL: https://millivros.webnode.com/
"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silvasexta-feira, 19 de abril de 2024
7 de Maio, Lançamento novo Livro MIL "A Escrita do Sudoeste ou Cónia: uma Escrita Pré-Romana a Sul da Lusitânia", de Rui Martins...
Vamos Celebrar Camões: quando o Estado não o faz, a Sociedade Civil, em vez de se queixar, diz "Presente!"
X CILB: Colóquios Internacionais Luso-Brasileiros
Artes & Letras em diálogo global: Camões, ontem e hoje!
25 - 29 de Novembro de 2024
Torquato Tasso considerou-o o único rival que temia e dedicou-lhe um soneto, Cervantes afirmou-o o "cantor da civilização ocidental", Friedrich Schlegel assinalou-o como expoente máximo na épica e August-Wilhelm Schlegel disse que “vale uma literatura inteira”… em Camões ressoa toda a literatura ocidental e o seu verbo repercute-se nas Letras e nas Artes que lhe sucederam. Referência identitária da comunidade portuguesa, em particular, com a qual o seu mito se entrelaça na morte (Almeida Garrett, Domingos Sequeira), informa, indelevelmente, as literaturas de uma lusofonia cuja geografia percorreu e agiganta-se na representação do Homem entre vida e morte, amor e sofrimento, guerra e paz, “numa mão, a espada e, noutra, a pena”. Camões foi vate de um mundo em transformação e é um Autor global de um mundo globalizado. É essa sua dimensão imensa nas Letras e nas Artes de ontem e de hoje que este encontro convida a perscrutar.
Esta edição do CILB está associada às Comemorações de Camões 500 Anos do programa Exposição Universal da Matriz Portuguesa®.
inscrição: info@movimentolusofono.org
Para a Revista NOVA ÁGUIA: envio de textos até final de Junho.
para mais informações: https://coloquioslusobrasi.wixsite.com/cilb2018
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Novo Livro MIL: "Henrique Gabriel: Imagética do pensamento & pintura objectual de culto"
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Novo Livro MIL: "Machado de Assis (Mestres da Língua Portuguesa)", de Jorge Chichorro Rodrigues....
"Machado de Assis (Mestres da Língua Portuguesa)", Lisboa, MIL/ DG Edições, 2024, 156 pp.
ISBN: 978-989-35619-4-2
Novo Livro MIL: "O Espírito Contemporâneo", de Eugénio Aresta...
"O Espírito Contemporâneo", de Eugénio Aresta, Lisboa, MIL/ DG Edições, 2024, 324 pp.
ISBN: 978-989-35619-2-8
terça-feira, 16 de abril de 2024
22 de Abril: 17ª sessão do Ciclo “O Esplendor Caótico do Mundo” (GT PASC “Lusofonia e Relações Internacionais”): a situação de Cabo Delgado…
Entrar Zoom Reunião
https://us06web.zoom.us/j/89803437272
ID da reunião: 898 0343 7272
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Ainda disponíveis: "Obras Escolhidas de Manuel Ferreira Patrício"
Também no jornal Público: Do luso-tropicalismo como uma heterodoxia dos nossos tempos
Se há teoria que foi e continua a ser,
nos tempos de hoje, grosseiramente deturpada é a do “luso-tropicalismo”, de
Gilberto Freyre. O equívoco de base é (quase) sempre o mesmo: ver essa teoria
como uma mera descrição da realidade – em concreto, do império ultramarino
português – e não como um paradigma, um ideal, a cumprir. Tendo sido
perspectivado como uma mera descrição da realidade, o “luso-tropicalismo” foi,
fatalmente, (mal)visto como uma caução do império ultramarino português. E o
próprio Eduardo Lourenço não escapou a esse equívoco de base, ao ter-se
referido a ele como “um nefasto aventureirismo intelectual, incoerente e
falacioso”[1].
Neste ponto, Eduardo Lourenço caiu no
mesmo equívoco de base daqueles que, ainda hoje, renegam a obra de Almada Negreiros
– por ter sido, inequivocamente, um artista do regime do Estado Novo – ou o
Fernando Pessoa da “Mensagem – por ter sido, igualmente de forma inequívoca, um
protegido de António Ferro. Curiosamente, bem mais compreensivo foi Eduardo
Lourenço quanto ao “movimento da ‘filosofia portuguesa’”, ao tê-lo
caracterizado como uma “reacção, em boa parte justificada, contra o pendor
mimetista e o consequente descaso que ele implica de inatenção a nós próprios”[2].
Perspectivado como uma mera descrição da
realidade, o “luso-tropicalismo”, obviamente, suscita as mais ambivalentes
reacções. Mesmo o tão celebrado fenómeno da miscigenação padece de uma
ambivalência de base – por um lado, foi um fenómeno positivo, por ter promovido
o cruzamento étnico, ao contrário do que aconteceu noutras experiências
imperiais europeias (sendo que este facto não deveria ser de todo desprezível,
como em geral acontece); por outro lado, tudo isso aconteceu sob uma hegemonia
pré-determinada – não só étnica como de género. Por regra, como sabemos, esses
cruzamentos deram-se entre homens “brancos” e mulheres “negras”. E as poucas
excepções que existiram foram apenas isso: excepções que confirmam a regra.
Ora, nestes nossos tempos em que a separação étnica é de novo agitada como bandeira político-social – desde logo, por movimentos de “extrema-direita”, mas também por movimentos de “extrema-esquerda”, que defendem a impossibilidade de qualquer sã convivência étnica –, o “luso-tropicalismo” de Gilberto Freyre – se perspectivado como um paradigma, um ideal, a cumprir, e não já como uma mera descrição da realidade – é, decerto, uma visão a ter em conta nos tempos de hoje, em prol dessa possível e desejável sã convivência étnica. Num tempo em que se chega a defender publicamente que um “branco” não pode sequer traduzir um texto de um “negro”, a visão de Gilberto Freyre é decerto heterodoxa e, por isso, mais pertinente do que nunca.